segunda-feira, 24 de março de 2008

DEGUSTAÇÃO DE VINHO EM MINAS

- Hummm...

- Hummm...

- Eca!!!

- Eca?! Quem falou Eca?

- Fui eu, sô! O senhor num acha que esse vinho tá com um gostim estranho?

- Que é isso?! Ele lembra frutas secas adamascadas, com leve toque de trufas brancas, revelando um retrogosto persistente, mas sutil, que enevoa as papilas de lembranças tropicais atávicas...

- Putaquepariu sô! E o senhor cheirou isso tudo aí no copo?!

- Claro! Sou um enólogo laureado. E o senhor?

- Ceébesta, eu não! Sou isso não senhor!! Mas que isso aqui tá me cheirando iguarzinho à minha egüinha Gertrudes depois da chuva, lá isso tá!

- Ai, que heresia! Valei-me São Mouton Rothschild!

- O senhor me desculpe, mas eu vi o senhor sacudindo o copo e enfiando o narigão lá dentro. O senhor tá gripado, é?

- Não, meu amigo, são técnicas internacionais de degustação entende?
Caso queira, posso ser seu mestre na arte enológica. O senhor aprenderá como segurar a garrafa, sacar a rolha, escolher a taça, deitar o vinho e, então...

- E intão moiá o biscoito, né? Tô fora, seu frutinha adamascada!

- O querido não entendeu. O que eu quero é introduzi-lo no...

- Mais num vai introduzi mais é nunca! Desafasta, coisa ruim!

- Calma! O senhor precisa conhecer nosso grupo de degustação. Hoje, por exemplo, vamos apreciar uns franceses jovens...

- Hã-hã... Eu sabia que tinha francês nessa história ...

- O senhor poderia começar com um Beaujolais!

- Num beijo lê, nem beijo lá! Eu sô é home, safardana!

- Então, que tal um mais encorpado?

- Óia lá, ocê tá brincano com fogo...

- Ou, então, um suave fresco!

- Seu moço, tome tento, que a minha mão já tá coçando de vontade de meter um tapa na sua cara desavergonhada!

- Já sei: iniciemos com um brut, curto e duro. O senhor vai gostar!

- Num vô não, fio de um cão! Mas num vô, memo! Num é questão de tamanho e firmeza, não, seu fióte de brabuleta. Meu negócio é outro...

- Então, vejamos, que tal um aveludado e escorregadio?

- E que tal a mão no pédovido, hein, seu fióte de Belzebu?

- Pra que esse nervosismo todo? Já sei, o senhor prefere um duro e macio, acertei?

- Eu é qui vô acertá um tapão nas suas venta, cão sarnento! Engulidô de rôia!

- Mole e redondo, com bouquet forte?

- Agora, ocê pulô o corguim! E é um... e é dois... e é treis! Num corre, não, fiodaputa! Vorta aqui que eu te arrebento!...


Luiz Fernando Veríssimo



By Babão

sexta-feira, 7 de março de 2008

terça-feira, 4 de março de 2008

O CÃO CHUPANDO MANGA

COMO ESCAPAR DO EFEITO CHUBLUFT!

Acredito que, ao cagar, a maioria de vocês já tenham molhado a bunda na água fétida que o cagalhão levanta ao cair na água do vaso. Todos, ainda que intuitivamente, já devem ter feito uso de alguma técnica para evitar o efeito chubluft.

1) Posicionar o ânus o mais próximo possível da tábua, deixando o saco (caso você o tenha) esmagado sobre a mesma. Assim, a barrola fedorenta desce rolando pela louça. Com a queda amortecida, o senegalês mal-cheiroso não provoca o referido efeito chubluft.

Problemas:

a) A merda deixa um rastro na louça (tal técnica consiste em,literalmente, "jogar um barro na louça"). Sob o ponto de vista estético, azar! Não é você que vai limpar a barrolinha (no máximo, dá pra tentar desfazer a trilha pastosa com jatos de mijo de alta pressão). Mas aquele filete marrom pode vir a feder mais tarde e, no caso de dar um barro na casa da namorada ou dos sogros, pode pegar mal se alguém entrar depois de você.

b) Se a pontaria for mal calculada, o toletão pode raspar na tábua e cagar a porra toda. Neste caso, é de bom grado limpar depois de terminado o serviço. Até porque na barreada seguinte, você corre o risco de esquecer e sujar o saco na própria merda que lá ficara, o que seria, convenhamos, bastante escroto e desagradável.


2) Criar um tapete flutuante de papel higiênico. Conhecida como efeito overcraft, essa técnica parte do pressuposto que a merda será amortecida ao bater no tapete de papel evitando o efeito chubluft.

Problemas:

a) Errar na quantidade de papel para menos. Neste caso, a água vai bater na bunda de qualquer forma.

b) Errar na quantidade de papel para mais. Neste caso, a privada entope e o cagante passa pela constrangedora experiência de ter de fugir da água com merda que sobe ameaçadora e lentamente privada acima.. Pior: na ponta dos pés e segurando a calça pra não cair.


3) Técnica conhecida como cagn run. Consiste em cagar no meio da privada e tirar a bunda rapidamente antes que o chafariz barrento atinja a raba. Tal técnica exige reflexo, explosão muscular e uma coordenação motora pelo menos razoáveis.

Problemas:

a) Arrancar lentamente. Neste caso, tudo vai por água abaixo (ou acima, no caso) e o furico (rego) é atingido pela água podre de qualquer jeito.

b) Arrancar rapidamente demais. Neste caso, corre-se o risco de tirar o cu da reta antes de a merda se desprender da flor de oríba.

Resultado: cocô na tábua, na coxa, no chão do banheiro ou, pior, dentro da cueca do cagão.

Além disso, o cagante pode ser enganado pelo cocô do tipo "dois estágios".
É o caso em que o cagante pensa que se livrou do charutão e, sem nada poder fazer, vê uma badalhoca cair dentro da cueca ou aquele pingo de merda estatelado no chão.

Fonte: Uhull